23 Outubro 2011
"A Copa do Mundo é nossa, dos paulistanos. Pois os cariocas levaram uma tremenda rasteira", constata Juca Kfouri, jornalista, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 23-10-2011.
Eis o artigo.
A Copa do Mundo será generosa com os paulistanos, embora vá custar caro aos seus bolsos. Mas como prevaleceu o óbvio de se fazer a abertura na cidade mais poderosa do país, o grande vencedor foi o Corinthians, que ganhou escandalosamente um estádio para fazer a festa inaugural.
E com a seleção brasileira, é claro, atração que o Maracanã, o cartão de visitas imóvel de nosso futebol, não tem garantia de receber, podendo, quem sabe, sediar uma final entre Argentina e Uruguai, o que seria de arrasar.
A menos que alguém tenha certeza no circuito Fifa/CBF de que os brasileiros chegarão à final, coisa que nem o mais fervoroso adepto da teoria da conspiração pode defender sem corar.
Por mais que de corar mesmo seja gastar R$ 1 bilhão no estádio que pode, como Tancredo Neves, ser sem nunca ter sido.
Mas bem pior é a situação de arenas como a das Dunas (Sanud ao contrário), em Natal.
Ou a de Cuiabá, onde nem futebol profissional digno desse nome há. Ou a de Manaus, todas com previsão de receber apenas quatro jogos durante o mês que dura a Copa do Mundo, custo de retorno duvidoso se considerarmos a chance de alguns desses poucos jogos serem entre a Coreia do Norte e a Nova Zelândia.
A verdade é que, com exceção de São Paulo - a um custo exorbitante, ainda mais diante da existência do desprezado Morumbi -, Belo Horizonte, do neto de Tancredo, e Fortaleza, dos aliados da CBF Tasso Jereissati e Ciro Gomes, as demais oito sedes, por si só um exagero que dificilmente será mantido até 2014, devem estar se sentindo traídas, por mais que não venham a passar recibo.
Recibo que surpreendentemente a Fifa passa ao pedir à Justiça suíça que revele a confissão de dois cartolas, ao que tudo indica brasileiros e moradores no Rio, que teriam recebido propinas da ISL por intermédio da tal Sanud (Dunas ao contrário).
Enfim, a Copa será bacana para os manos de Sampa. E perversa com os cariocas que querem saber que mal fizeram, ainda mais com as notícias sobre os royalties do pré-sal que, a valer o que disse um dia, em prantos, o governador do Rio, por menores do que a região merece, inviabilizam a Olimpíada em 2016.
Alô, alô, COI, aquele abraço!
Só falta o Corinthians, com quatro cariocas em seu encalço, ganhar o Brasileirão.
Vai, Timão!
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Copa bacana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU