31 Agosto 2011
O Palácio do Planalto vai tentar passar a imagem de que desconhecia a decisão do Banco Central, mas a cúpula do governo atuou nos bastidores para que a taxa de juros fosse reduzida.
A reportagem é de Natuza Nery, Valdo Cruz e Sheila D`Amorim e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 01-09-2011.
Segundo a Folha apurou, a presidente Dilma teve reuniões nas últimas semanas com o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do BC, Alexandre Tombini, para discutir a conjuntura econômica e a necessidade de dar uma resposta ao risco de uma desaceleração acentuada da economia.
Desses encontros surgiu a decisão de que a resposta para minimizar o impacto da crise global no Brasil teria de vir de reduções dos juros. E que, para isso, era importante reforçar o ajuste fiscal.
Na segunda-feira, após o anúncio de elevação do superavit primário em R$ 10 bilhões, assessores comentavam não só a expectativa de que haveria corte nos juros, mas de que ele seria de 0,50 ponto percentual - como de fato acabou acontecendo.
Os acertos para a queda vieram diante de dados indicando uma queda forte no ritmo da economia no terceiro trimestre deste ano. Dentro do governo, havia a especulação inclusive de um PIB negativo nesse período.
O objetivo é evitar um quadro recessivo neste final de ano por conta de uma desaceleração mais acentuada do que a prevista nos EUA e Europa, como foi destacado na nota divulgada pelo BC para justificar sua decisão.
Assessores da Presidência confidenciavam ontem que a equipe econômica tem argumentos técnicos para sustentar a decisão.
Um interlocutor de Dilma disse que seria difícil administrar politicamente a decisão de fazer um aperto fiscal sem a contrapartida na política monetária.
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Decisão do Banco Central foi acertada com governo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU