Os índios voltaram a desafiar a
Eletrobras em torno da construção da
usina de Belo Monte. Ontem, durante evento promovido pela
International Hydropower Association, representantes indígenas das comunidades
Kaiapó e Juruna desafiaram o diretor de geração da Eletrobras,
Valter Cardeal, a promover uma reunião para esclarecer os impactos da usina às tribos indígenas. O representante dos
Kaiapós chegou a falar em garantia de segurança aos índios e aos trabalhadores da usina. O executivo da Eletrobras disse que a empresa não se nega a dar qualquer explicação mas garantiu que nenhuma nova audiência pública ou oitiva será feita novamente. "Já seguimos todo o rito da lei", diz
Cardeal.
A reportagem é de
Josette Goulart e publicada pelo jornal
Valor, 16-06-2011.
Durante as audiências públicas realizadas em
Altamira, no Pará, em 2009, o governo federal se cercou de toda a estratégia para garantir provas de legitimidade no processo. Ontem, durante o evento,
Cardeal mostrou fotos de várias lideranças de diferentes comunidades indígenas que compareceram às audiências. Na época, o governo recorreu a
Paulinho Paiacã que reuniu as lideranças e garantiu que elas comparecessem e fossem embora sem tumultuar o processo. Além disso, tropas da
Força Nacional estiveram presentes para garantir a segurança.
Questionado ontem, pela imprensa, sobre as estratégias de segurança que serão adotadas nas cidades próximas à construção e na própria obra,
Cardeal não quis falar sobre o assunto. Mas o Valor apurou que as construtoras foram orientadas a manter alojamentos permanentes nas obras para caso de a
Força Nacional ter que atuar na região.
A usina deverá consumir investimentos da ordem de R$ 25 bilhões, segundo
Cardeal. O financiamento deverá ser feito por meio do
BNDES e
Banco do Brasil.
Cardeal garante que bancos privados devem participar do repasse de recursos. Mas a usina não fechou ainda o seguro para a obra. Quanto a saída das pequenas construtoras,
Cardeal voltou a reafirmar que é um processo natural e disse estar confiante de que não só os atuais sócios aumentem participação na usina como também que novos parceiros entrem na sociedade.
Belo Monte foi licitada há mais de um ano e teve sua licença ambiental emitida somente neste mês pelo
Ibama. Ontem mesmo a presidente
Dilma Rousseff reuniu seus ministros em Brasília para falar do cronograma das obras do PAC2. O secretário executivo de Minas e Energia,
Márcio Zimmermann, e o presidente da EPE,
Maurício Tolmasquim, deixaram o evento em Foz do Iguaçu mais cedo para participar dessa reunião.
Comunicar erro.
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Índios voltam a protestar contra obra de Belo Monte - Instituto Humanitas Unisinos - IHU