04 Mai 2011
Esta fotografia mostra o Dalai Lama em visita ao túmulo de um monge cristão, o trapista Thomas Merton (1915-1968). Eles se encontraram na Índia, poucas semanas antes da morte acidental de Merton. O Dalai Lama o indica como aquele que, em primeiro lugar, o fez conhecer a profundidade e a riqueza da fé cristã e o considera como uma das suas fontes de inspiração.
A nota é de Christian Albini, publicada em seu blog Sperare per Tutti, 04-05-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O guia espiritual do budismo tibetano recorda Merton em um livro recém-publicado na Itália (Le religioni sono tutte sorelle [As religiões são todas irmãs], Ed. Sperling & Kupfer), em que demonstra conhecer os evangelhos, São Paulo, Francisco de Assis e João da Cruz. Em particular, encontra uma proximidade entre budismo e religiões na experiência monástica e faz referência a João Cassiano, Bento, João Clímaco:
Fiquei impressionado com a sinceridade das tradições monásticas cristãs. Uma vez, visitei um mosteiro contemplativo na França e fiquei comovido com a simplicidade do estilo de vida dos monges, com como eles mantinham quase continuamente o silêncio e o distanciamento do mundo.
Ao mesmo tempo, no amor ao próximo em nível individual e social, o Dalai Lama encontra uma proximidade com o ideal budista da compaixão. O livro fala dos encontros tidos com outras tradições religiosas: hinduísmo, taoísmo, Islã, judaísmo...
Finalmente, há uma proposta sua de diálogo inter-religioso a ser realizado com seriedade, sem quaisquer confusões que escondam as diferenças entre as fés, articulada em quatro pontos:
1. Diálogo entre eruditos das diversas religiões em nível acadêmico no que diz respeito a convergências/divergências das diversas tradições, sobretudo com relação ao fim das diversas abordagens.
2. Partilha de profundas experiências religiosas entre verdadeiros praticantes.
3. Encontros de alto nível entre os líderes religiosos, a fim de poderem tomar a palavra e rezar comunitariamente.
4. Peregrinações conjuntas aos lugares sagrados de todo o mundo.
O diálogo é um dever para que as religiões possam ser motivo de paz e de unidade para o gênero humano. Foi uma preocupação de João Paulo II, começando no encontro de Assis de 1986 (e o Dalai Lama o reconhece), ao qual Bento XVI dará seguimento neste ano. Por isso, sejam bem-vindas as contribuições como essa, que demonstram como essas intenções são compartilhadas por outras fés.
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Religiões irmãs: a proposta do Dalai Lama - Instituto Humanitas Unisinos - IHU