13 Junho 2020
Alerta do FMI pede dos governos mais investimentos no trabalho e na saúde.
A reportagem é publicada por L’Osservatore Romano, 12-06-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A crise do coronavírus pode reduzir até 100 milhões de pessoas a condições de extrema pobreza, frustrando os esforços feitos nos últimos três anos. O alerta vem da diretora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, segundo a qual, à luz dessa emergência, as autoridades “devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para promover um crescimento mais inclusivo”.
No entanto, Georgieva explicou que “assegurar um retorno ao crescimento após o coronavírus não é suficiente: são necessárias reformas e investimentos para melhorar significativamente as perspectivas econômicas dos mais frágeis”.
Georgieva insistiu na urgência de mais investimentos em saúde, no fortalecimento das redes de assistência social e no maior acesso a uma educação de qualidade. “Em médio prazo, haverá espaço para melhorar a eficiência dos gastos públicos. Também há espaço para uma reforma tributária: por exemplo, algumas economias avançadas e emergentes poderiam aumentar os impostos mais altos sobre a renda pessoal”, explicou Georgieva.
“Os países também poderiam se assegurar de que o seu sistema consiga capturar os ganhos dos ‘vencedores’ da crise, incluindo talvez as atividades digitais. E deveria haver um esforço conjunto contra os fluxos ilícitos e as evasões fiscais.”
A advertência do FMI sobre o risco de milhões de novos pobres se soma ao alerta da OCDE e às estimativas cautelosas do Fed (Federal Reserve) sobre o crescimento e, especialmente, sobre o mercado de trabalho. As previsões do Banco Central dos EUA são confirmadas pelo novo aumento dos pedidos de subsídio ao desemprego, que aumentaram em mais de 1,5 milhão.
Também não vêm sinais positivos das Bolsas. Nessa quinta-feira, 11, as praças europeias fecharam no vermelho, queimando 328 bilhões. Pesam os temores relacionados à pandemia e às medidas governamentais. Wall Street registrou a pior sessão desde o dia 16 de março.
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Pandemia pode levar 100 milhões de pessoas à miséria, segundo o FMI - Instituto Humanitas Unisinos - IHU