17 Outubro 2018
“Falta realmente vontade política” para combater a fome. Assim, categoricamente, Francisco incentivou a FAO a aumentar “os fundos destinados ao fomento da paz e o desenvolvimento dos povos”, ao mesmo tempo em que pediu a interrupção do comércio de armas. “Temos os instrumentos adequados e um marco para que as belas palavras e os bons desejos se convertam em um verdadeiro programa de ação que culmine, efetivamente, com a erradicação da fome em nosso mundo”, ressaltou o Pontífice.
A reportagem é de Hernán Reyes Alcaide, publicada por Religión Digital, 16-10-2018. A tradução é do Cepat.
“Tornar isso realidade demanda uma conjunção de esforços, nobreza de coração e uma constante preocupação para tornar próprio, com firmeza e resolução, o problema alheio”, insistiu, em uma carta enviada ao escritório das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), com sede em Roma.
Apesar disso, lamentou: “muitas vezes, nos deparamos com enormes obstáculos na solução dos problemas, com barreiras inevitáveis, fruto de indecisões ou dilações, com a ausência de vigor dos responsáveis políticos, muitas vezes submergidos unicamente em interesses eleitorais ou agarrados em visões enviesadas, peremptórias ou reduzidas”.
Nesse marco, propus que “passar das palavras à ação na erradicação da fome não requer apenas decisão política e planos operativos”.
“É necessário, além disso, superar um enfoque reativo, dando passagem a uma visão mais proativa. Uma visão superficial e passageira, no melhor dos casos, pode suscitar reações pontuais”, ressaltou Francisco”.
“Precisamos calar as armas e seu pernicioso comércio para escutar a voz dos que choram desesperados ao se sentir abandonados nas margens da vida e o progresso”, acrescentou.
Sobre a agenda de Desenvolvimento Sustentável proposta pelas Nações Unidas para 2030, o Papa sustentou que “temos uma dúzia de anos para desdobrar uma ação vigorosa e consistente; não para nos deixar levar, aos borbotões, pelos titulares intermitentes e passageiros, mas para encarar sem trégua, com solidariedade, justiça e coerência, a fome e as causas que a provocam”.
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O Papa denuncia a “falta de vontade política” para acabar com a fome - Instituto Humanitas Unisinos - IHU