Por: Lara Ely | 31 Outubro 2017
Apesar da crise no preço das commodities, a Bolívia está há mais de uma década crescendo a uma média anual de 5% – crescimento superior ao dos Estados Unidos e demais países sul-americanos. Apenas no ano passado, cresceu 4,3%, sendo seguida por Paraguai (4,1%) e Peru (4%). Com estes números, o país se tornou o que mais cresce na América do Sul.
No poder há dez anos, o governo de Evo Morales mantém o crescimento graças a nacionalização do Petróleo e às exportações de gás natural que vende ao Brasil e à Argentina. Embora tenha feito esforços para diversificar a economia (com a venda de diesel, estanho e soja), permanece a pergunta de quanto tempo vai conseguir sustentar seu modelo de desenvolvimento, considerado "milagre econômico boliviano".
Fonte: Cepal
Os dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – Cepal, lançados na semana passada, estimam que toda a região crescerá 1,2% em 2017 e 2,2% em 2018, impulsionada pela produção de matérias-primas. Se comparado ao dos Estados Unidos, que cresceu apenas 1,5%, o desempenho da Bolívia foi bastante alto. O Brasil teve retração de 3,6% em 2016.
O Brasil tem o sexto pior desempenho da região em 2017, empatado com o Equador e atrás de países como a Venezuela (-8%), Cuba ( 0,5%) e Suriname (-0,2%). Para 2018, o Brasil deve ter um crescimento mais robusto de 2%, segundo a Cepal, o que melhora a posição do País entre os demais.
A Cepal afirma que a capacidade dos países da América Latina e do Caribe de gerar um crescimento sustentado depende dos "espaços para adotar políticas que apoiem o investimento", a fim de reduzir "os efeitos de choques externos e evitar consequências significativas no desempenho das economias no médio e longo prazo". Nesse contexto, a instituição defende impulsionar o investimento público e privado, e diversificar a estrutura produtiva, para gerar "maior valor agregado e incorporar tecnologia e conhecimento."
No campo político, a gestão de Evo tem sido elogiada por suas reformas inclusivas, mas criticada por suas tendências autoritárias, casos de corrupção e o nascimento de uma chamada "burguesia aymara" – em referência ao povo indígena do qual Evo faz parte.
Segundo apontou reportagem da BBC, embora haja posições distintas em relação à atuação política de Morales, sobre a condução da economia os especialistas nacionais e internacionais convergem. Segundo eles os três pilares do sucesso econômico da Bolívia estão baseados no gás e petróleo, investimento planejado e estabilidade.
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Bolívia é o país que mais cresce na América Latina - Instituto Humanitas Unisinos - IHU