Sobe para 60 o número de irmãs da casa das Filhas de São Camilo em Grottaferrata, na província de Roma, infectadas pela Covid-19. Ontem, outras 20 se somaram aos primeiros 40 casos confirmados, todos dentro do instituto religioso Castelli. Positivo também um segurança que presta serviço no convento. Duas coirmãs, ambas idosas, estão hospitalizadas no hospital Spallanzani e precisam de suporte respiratório. Por enquanto, as freiras seriam em sua maioria assintomáticas e em boas condições, embora a idade média avançada (elas já se aposentaram da vida ativa) preocupe e o quadro pode piorar. Desmentido, ao contrário das notícias que circularam num primeiro momento, o link epidemiológico com Cremona: a freira que visitou a cidade da Lombardia por alguns dias retornou a Grottaferrata no final de fevereiro e está passando bem.
A reportagem é de Maria Egizia Fiaschetti, publicada por Corriere della Sera, 22-03-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
A hipótese, ainda não confirmada, enquanto prossegue o mapeamento dos possíveis contatos por parte da Regione Lazio e da ASL continua, é que o vírus tenha sido trazido de fora: nas últimas semanas, alguns trabalhadores estavam de fato envolvidos na reforma do auditório.
As freiras foram imediatamente isoladas, cada uma no seu quarto, e o contágio parece ter sido contido. O modelo de vida comunitária ocorre inteiramente dentro dos limites do convento e as trocas com o contexto circundante são limitadas: as compras são entregues de fora e o cultivo da horta consegue suprir parte das necessidades. Embora no passado as freiras tenham prestado serviço em hospitais, experiência que agora está sendo útil para tomar todas as precauções necessárias no regime de quarentena, nenhuma delas esteve recentemente no hospital local: é improvável que algumas delas possa ter sido infectada na ala reservada ao tratamento e vice-versa.
Mas o instituto de Grottaferrata não é o único na capital atingido pelo coronavírus: 19 casos positivos foram encontrados entre as freiras angélicas de San Paolo, na Via Casilina, em Torre Gaia.
Os dois focos não parecem conectados: entre as analogias, o compartilhamento de espaços e horários do dia, uma condição que favorece a disseminação do vírus e o fato de a maioria das hóspedes ser de idosas (algumas com mais de cem anos).
No Vaticano, o primeiro contágio ocorreu em 5 de março: desde então, medidas preventivas foram tomadas imediatamente, não apenas na Santa Sé, mas também nas paróquias. As igrejas continuam abertas para a oração individual, desde que a medida de distância seja observada, mas as missas e celebrações litúrgicas estão suspensas.
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Roma. Isoladas nos quartos, comida da horta. No convento, sessenta freiras positivas para o vírus - Instituto Humanitas Unisinos - IHU