Varoufakis lança movimento internacional para “democratizar a Europa”

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11 Fevereiro 2016

Yanis Varoufakis regressa ao centro do palco ao lançar um movimento pan-europeu em Berlim, que por ora parece não ser exactamente um partido, mas antes um fórum para a partilha de ideias entre europeus para “democratizar a Europa”.

A reportagem é de Clara Barata, publicada por Público, 09-02-2016. 

Chama-se Movimento para a Democracia na Europa 2025 (abreviado para DiEM25, usando a sigla em inglês). Tem como objectivo alcançar “uma Europa plenamente democrática e funcional até 2025”. Até às 19h30 desta terça-feira, tinham aderido 3471 pessoas – entre as quais, os portugueses Rui Tavares e Boaventura de Sousa Santos. O músico Brian Eno e Julian Assange, do Wikileaks, eram outros dos signatários iniciais.

Então o que querem fazer ao certo o ex-ministro das Finanças grego que se opôs determinantemente à política de austeridade da União Europeia e os que se a ele se juntaram, em vários países europeus?

Numa concorrida sessão no teatro Volksbuehne, o Teatro do Povo, de sólidas tradições de esquerda (inaugurado em 1914, foi financiado pelo “dinheiro do povo”, e movimentos ligados ao Partido Social Democrata), Varoufakis afirmou que o objectivo do DiEM25 é “acabar com o processo de decisão política opaco” que tomou conta dos órgãos de cúpula da União Europeia. “Pretendem impedir os europeus de exercer um controlo democrático sobre o seu dinheiro, as suas finanças, as suas condições de trabalho e o sobre o ambiente”, como se lê no programa do movimento.

Sem revelar se pretende apresentar candidatos a eleições, o movimento de Varoufakis apresenta um programa que apela a uma maior transparência nos níveis mais altos da tomada de decisão da União Europeia, como a transmissão directa na Internet, por live-streaming, das reuniões do Conselho Europeu, do conselho dos ministros das Finanças e do Eurogrupo. Actualmente, apenas são divulgados sumários, comunicados e breves conferências de imprensa no final.

Anos de políticas económicas autoritárias “só podem ser mudados ao nível da Europa e essa é a razão para a criação do DIEM”, disse Varoufakis à Lusa. Por isso não acredita que o Governo português seja capaz de afrontar a UE com uma política diferente da que vigora, que é a da austeridade. “Não, os portugueses não serão capazes de ultrapassar a austeridade e não se trata de uma questão de boa vontade do Governo. Para poder governar, o Executivo teve de aceitar as regras da Europa e isso significa austeridade”, sublinhou. “O Governo grego lutou cinco ou seis meses contra a austeridade e acabou por cair”.

Este caminho não leva a Europa para nada de bom. “A desintegração da União Europeia vai desencadear um colapso que se assemelhará de forma terrível ao que aconteceu nos anos 1930, com a chegada dos nazis ao poder” na Alemanha, afirmou Varoufakis.

Ilustrou as suas previsões com “o falhanço espectacular [dos Vinte e Oito] em gerir a crise dos refugiados de forma sensata e humanista, à excepção talvez de Angela Merkel”, a chanceler alemã – que representa, no entanto, os poderes instalados com os quais não se conseguiu entender durante a sua passagem pelo Ministério das Finanças de Atenas, do qual se demitiu, em Julho.

Varoufakis pede maior integração europeia, mas pede também maiores garantias de soberania para cada um dos Estados-membros da UE. Não avança propostas ou sugestões sobre como fazer isto, embora o programa do DiEM25 diga que, a médio prazo, pretende convocar uma assembleia constitucional para “deliberar sobre a forma de criar, até 2025, uma democracia plena na Europa”.

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